V.J.M.J - parte 1

” V.J.M.J” – Viva Jesus, Maria, José – Sigla que ficava à esquerda do cabeçalho de qualquer coisa escrita no caderno do colégio.
 
No ano de 2015, iniciei um texto no "Coisas do Narrador" exatamente dessa forma, para contar sobre uma visita que fiz, com alguns amigos ex-alunos, ao velho Colégio Marista São José (CMSJ), da Barão de Mesquita, que foi o berço da minha formação religiosa. Fui aluno de 1971 a 1977, quando terminei o segundo grau (atual ensino médio). De lá para cá o colégio suspendeu as atividades, uma parte dele foi demolida (a parte "nova") para dar lugar a empreendimento imobiliário, a outra virou sítio arqueológico, mas ele voltou a funcionar e nosso grupo conseguiu uma visita. Ouvi dizer que o Colégio interrompeu novamente as atividades... que pena... e nem foi por causa da pandemia (melhor nem comentar sobre as causas atuais que dá até medo de saber).
 
Agora, como no antigo Ra-Tim-Bum, "senta que lá vem história"!
 
Quando eu era muito pequeno, fui repreendido por um adulto quando "briguei" com uma outra criança no prédio onde eu morava. Esse adulto disse algo do tipo "Deus castiga" e eu retruquei dizendo que ele nunca iria saber. "Ah! Mas quando você for fazer primeira comunhão vai ter que contar para o padre". Pronto! Fazer primeira comunhão entrou no rol de coisas que eu não faria (entrar para o Exército fazia parte disso também, "porque quando você entrar para o Exército vai comer o que tiver").
 
Demorei um pouco para entender que o CMSJ era religioso; até então, pra mim era um colégio como outro qualquer. Só que o professor de francês era um irmão marista muito rigoroso e que também lecionava religião. Aos poucos fui me interessando pelos dois temas. Irmão Anselmo Pio Madariaga foi uma primeira grande referência que tive no colégio. Por conta dele, fiz a primeira comunhão e superei o "trauma" do passado. Certo foi que uma coisa que eu também nunca estive muito afim era de fazer o tal do curso de catecismo e essa parte eu "pulei" por conta do ensino do colégio. Já ia esquecendo (ainda bem que eu reviso os textos), eu cursei francês na Aliança Francesa também por influência do amigo e professor.
 
As Escolas Irmãos Maristas foram criadas por Marcelino Champagnat que foi beatificado em 1955 pelo Papa Pio XII e canonizado em 1999 pelo Papa João Paulo II. Em algumas aulas, após uma prece havia a frase: "Beato Marcelino Champagnat rogai por nós".
 
Ainda sobre o Irmão Anselmo, ele foi transferido para um outro colégio no Espírito Santo e depois voltou para sua terra natal na Espanha. Nessa época trocamos algumas cartas e ele foi sempre muito gentil.

"A Missa" foi uma referência ao passado no Colégio Marista, mas vou continuar com o tema na próxima semana. 

Esta é uma época difícil, considerando a pandemia, onde as preces estão cada vez mais presentes com certeza. Se pensarmos que os leitos de UTI, específicos para aqueles acometidos pelo vírus, estão sendo reduzidos (dizem que é por falta de ocupação... estão vazios e não há necessidade de gastar dinheiro à toa) e que os legisladores querem discutir se a vacinação vai ser obrigatória ou não, creio que, para aqueles católicos mais devotos do que eu, a frase ao final da oração pode ser atualizada: "São Marcelino Champagnat rogai por nós"; e ensinaria a resposta, em francês, o saudoso Irmão Anselmo: "Ainsi soit-il"
 
Saudade é um elogio ao passado.
 
 
Eu  sou doc

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