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Mostrando postagens de novembro, 2020

Capítulo 21 - A festa

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Passamos a tarde na casa grande. Arthur finalmente dera uma chance para que Priti ficasse sozinha com Sid, até porque eu quase o amarrei na mesa quando as crianças se levantaram. Era nítida a ponta de ciúmes dele com a filha, mas teceu os maiores elogios ao menino durante o almoço. Rô e as outras crianças se esbaldaram de tanto brincar. Espaço era o que não faltava. E tudo com a supervisão da Julya que, por sua vez, também brincava com eles. Guido estava muito animado. Acho que as coisas que ele falou fizeram bem. A expressão tensa havia desaparecido. - […] A Fê estará aqui logo mais? - Não, só a Rafa e o namorado dela. A turma se junta mais no Natal. Ano Novo tem muita festa por aí, no Japão é muito animado e as crianças dela preferiram. Arthur ficará o fim de semana? - Infelizmente vou embora pela manhã. Mas Bela fica e segue depois com as crianças. Você não quer mandar o Sid junto? Ele está de férias, não está? - Ele vai adorar a ideia. Mas ele prometeu para os avós que

♫ Living Together, Growing Together ♫

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A comemoração de Ano Novo seguia a mesma rotina daquela do Natal, quando eu era criança. A partir da adolescência eu fui "liberado" para festas com os amigos e, na fase adulta, os plantões começaram a dificultar qualquer tipo de comemoração. No geral eu poupava o Natal e trabalhava no Ano Novo e isso, inclusive, gerava um dinheiro extra porque alguns colegas pagavam bem pela substituição. No tempo em que ainda era possível, passava o Réveillon em vários lugares, mas, em boa parte, em companhia dos amigos Henock , seus pais Birão e Marilza, e depois também com Rosângela que casou com o Henock numa passagem de ano. Eles tinham uma casa em Barra de Guaratiba (Marambaia), depois migraram para a Barra da Tijuca e a "virada" na praia era sempre a grande ideia. Falando em virada na praia... Naquele tempo não havia uma comemoração oficial, patrocinada pelo poder público/privado, nas praias do Rio e nem do restante do país. Depois de um tempo, para tentar organizar a confusã

Capítulo 20 - Ano Novo

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Ao chegar, fomos recepcionados pela Rafa. Rô também foi, naturalmente. Reclamou da volta precoce para a Índia mas, no avião, contamos o que acontecera. - Quer dizer que posso abrir uma porta de armário e encontrar um elevador? - E lá também tem charrete, cachoeiras e uma porção de gente legal. - E tem outros garotos? - Muitos. O Guido tem netos bem espertos. E o pai dele é bem animado. - Então esse é que o Rô? Sua mãe falou muito de você. - Oi, Rafa! Que bom te ver! - Todos sentimos falta de vocês. Ainda teremos que esperar um pouco. Sid ainda vai desembarcar. - Acho que já desembarcou... - Ops... também acho! De longe, Priti já tinha identificado o menino e correra ao seu encontro.   - Mãe, aquele é que é o namorado da Pri? - É sim! Ele é filho do Guido. Eles se aproximaram sorridentes e de mãos dadas. - É você que vai casar com minha irmã?? - Bom... talvez, né? Mas você é que é o Rô? Muito prazer. Eu sou Sid - disse meio sem graça. - É você que sabe saltar? Eu também sei nadar. Mas

Festa de Natal

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Este é o tipo de post que está mal localizado no tempo, mas toda a ação no livro é passada no mês de dezembro e desde a semana passada os capítulos falam das festas de final de ano. Para não perder a sequência, nas próximas semanas falaremos desses eventos também e terminaremos o livro com um presente para o leitor.   O Natal, na minha família, sempre foi comemorado com alguma festividade. Quando eu era criança a festa era, invariavelmente, na casa da minha avó materna. Antes de sairmos para lá, o "bom velhinho" aparecia na porta e nos entregava presentes. Isso gerou uma briga no jardim de infância, porque eu acreditava em Papai Noel até porque ele aparecia mesmo. Muitos anos depois, eu soube que não era bem o Papai Noel: era um representante dele, o porteiro do prédio (acho que o nome dele era Mariano), mas dava no mesmo.   Voltando à história, em algum desses anos esquecidos a comemoração foi lá em casa mesmo porque eu peguei caxumba. Explico: o repouso teria que ser absolu

Capítulo 19 - A volta

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Acordei com o galo cantando e as crianças fazendo bagunça. Já não vi mais a Priti e também não encontrei nenhum bilhete. Parti para as despedidas.  Encontrei a Rafa a caminho da escola. Apesar das férias, ela falou que era mantida uma programação de lazer para as crianças. - Então, já está indo? Volta para o Ano Novo? […] - Vou tentar e trarei o Rô e o Arthur. - O SAPO? - Mas não vale chamar ele assim que ele zanga! Rimos muito, demos um grande abraço. Ouvimos uma buzina. - Agora tenho que ir. Minha carona chegou. - Carona? - Bom, sozinha é que não posso ficar, né? Namorar é muito bom. Tchau. Bom retorno. Ela entrou no carro e mandou um beijo no cara que dirigia. Loiro e muito boa pinta. Namorado com certeza e, pelo visto, bem apaixonado. Então fui a busca de Gui. Ele estava na varanda mas, ao invés de estar calmo e tranquilo na cadeira de balanço, andava de um lado para o outro. - Oi, Bela! Viu o Sid? Ele tem que ira ao Rio fazer a pré-matrícula na escola e vai acabar perdendo o voo.

VIda na Fazenda - parte 2

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Enquanto a discussão da semana ficou por conta das eleições americanas e brasileiras, o apagão no norte do país, a guerra entre os "donos" políticos das vacinas contra o corona vírus e o aumento de casos da doença em Santa Catarina (evento mais do que esperado), a vida segue e vamos falar de coisas mais interessantes. Além das paisagens e da tranquilidade, a vida na fazenda é marcada pela qualidade da comida que nos é servida ao visitarmos alguma. Invariavelmente feita no fogão a lenha, com legumes e verduras produzidos no próprio local e, de sobremesa, os doces de inigualável sabor (alguns também feitos com ingredientes de produção própria). E da memória afetiva, presente até hoje, a melhor representação que posso citar é a Fazenda Santo Inácio, em Rio das Flores,  que também possui inventário que pode ser acessado e "baixado" clicando aqui . A simpática e agradável fazenda histórica fica na sede, em direção a Valença, e já pertenceu à família da minha tia (ela con

Capítulo 18 - A noite na fazenda e as revelações

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A festa não terminava nunca. Outras pessoas iam chegando, enquanto as que estavam iam embora. Eu resolvi me retirar e sentei na varanda da casa grande esperando o por do sol. - É lindo, não? - Estava tão distraída que nem vi você chegar. - Eu gosto de ver o por do sol também. O Japão é a terra do sol poente e gosto muito de lá. - Cada uma de nós seguiu destinos fora do Brasil, não é? - E tivemos o mesmo amigo comum. Acho que somos um pouco parecidas. - Você é uma mulher muito forte Bela, teve coragem de perseguir o seu destino. Admiro muito a atitude que você teve, ainda mais porque tinha apenas 15 anos. Neste ponto acho que não somos tão parecidas. - Pode até ser, mas as coisas não foram assim tão simples. Acho que um momento de angústia estava me fazendo falar. Não sei como, mas a Fê tornava isto possível só com o brilho do olhar, um sorriso infantil, mas muito gentil. Senti que estava entregue a boas mãos e que poderia me abrir, confiar e resolvi contar a minha história. - Quando fu

Vida na Fazenda - parte 1

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Para chegar à fazenda do "seu" Paulo, em Ribeirão Florido, o acesso seria por uma estrada abandonada e parcialmente retomada pela natureza. Realmente o estado das RJ - 145/151, no trecho que liga Rio das Flores à BR 040, parece evoluir para essa realidade fictícia que coloquei no livro. É uma estrada muito bonita, com túneis naturais formados pelas copas das árvores, mas o asfalto parece que "não pega liga" e dificilmente está em bom estado. No percurso você encontra cachoeiras, sendo que montei a foto com o "Chuveirinho" (na beira da estrada) e com a "Cachoeira do Amor" (fica em propriedade privada, mas é aberta à visitação mediante uma taxa). Rio das Flores faz parte do chamado "Vale do Café" e existem várias fazendas no município.  As mais conhecidas são a Fazenda União e a Fazenda Paraizo, mas falarei daquelas que fazem parte da minha lembrança afetiva.  Lá pelo final dos anos 1970 eu frequentei a Fazenda da Loanda, onde moravam ami