Postagens

Mostrando postagens de fevereiro, 2021

A Bióloga

Imagem
O fim de semana chegou e dei folga pra Alcionne. O que não adiantou nada, pois sempre havia café da manhã pronto e um almoço no fogão para esquentarmos depois. A única diferença é que ela fazia tudo escondido para que eu não ralhasse com ela. À noite passeamos na cidade para ver um pouco da festa que se estendia por quase quinze dias. Por mim eu nem iria, mas Carolina insistiu até porque queria mostrar a irmã aos coleguinhas principalmente para Amanda, sua melhor amiga, que era filha de uma artista plástica de nome Júlia. Priti chamava bastante atenção das pessoas, pela sua beleza ímpar e Carolina desfilava de mãos dadas com ela bastante orgulhosa. Fez questão que a irmã a arrumasse e saiu de casa toda fagueira. Durante a semana eu ia a escola com Carol de manhã e Priti, que conseguira um emprego na área de informática do Museu da Ciência, ia para lá todos os dias logo cedo e a cavalo. As semanas se passaram e achei que minha vida ficara, enfim, com algum significado maior do que a sol

Vida em Gama

Imagem
Priti resolveu ir passear na cidade à tarde. Ofereci o jipe mas ela preferiu o cavalo pois não aprendera a dirigir. Chegou de volta e o sol já se punha no horizonte. - A cidade é uma gracinha, mãe. Lembra Ribeirão Florido. Tem um museu de ciências com computadores. Muito interessante. - Esse museu tem mais de 20 anos, segundo contam. - E o que você está fazendo? - Chocolate quente. Carolina adora. Já dispensei a Alcionne. - Ah! Que saudade do chocolate. - Não tinha chocolate lá em... onde você estava? - Um lugar que se chamava GAMA. - GAMA? E onde é isso? - Não sei bem a localização. - Como não sabe? Você veio de lá! - eu tinha um misto de curiosidade e revolta em relação ao ocorrido. - Bom, eu ia te contar depois... - Conte agora. Pra que deixar pra depois? – disse enquanto servia uma xícara de chocolate quente para ela. - Quando eu acordei estava muito frio e vi que nevava. Eu estava só de roupão e camisola e fiquei desesperada pois não via mais ninguém em volta? - E Sid? - Ninguém.

A História da Fuga

Imagem
Priti, então, começou a falar. - Naquela noite quando voltamos pra casa, fui logo me deitar e Sid falou que ia dar uma olhada no CD que sua mãe deixara. Sempre nas ocasiões especiais um arquivo se abria e ele quis logo dar uma olhada. A Fê já dormia e eu entrei em silêncio. Mais ou menos uma hora depois eu ouvi um barulho e fui ver do que se tratava. E Sid estava lá, olhando para o céu, como se esperasse alguma coisa acontecer. - Aí você vai me contar que um disco voador apareceu e levou vocês dois pra Marte... - De onde você tirou essa idéia de que fui pra Marte? - Guido me mostrou vocês naquele portal que a gente acessava pelo armário do chalé. - Ah! Aquilo? E você acreditou? Ah! Mãe, aquilo nunca existiu. Era uma brincadeira do Guido. Realmente era um parque de diversões. Imagens holográficas quase perfeitas. - Sempre achei que ele era maluco. Mas porque ele quis me convencer de que vocês estavam em Marte? - Sei lá! Talvez ele não tivesse outra explicação e quisesse te

O Nascimento

Imagem
- Dona Bela, o almoço está pronto. Seu João o senhor quer almoçar? – Alcionne sempre cumpria os horários a risca e ficava zangada se a gente não obedecesse. - Obrigado, Alcionne, mas "dona patroa" me espera em casa. Combinei com seu João de fechar o negócio na segunda-feira e segui em direção à mesa de almoço. Priti já entrara na casa para se lavar antes do almoço e Carolina não desgrudava dela. Nos encontramos no cantinho da varanda onde Alcionne montou o esquema de almoço. - A menina come de tudo? –perguntou Alcionne. - Só não como carne. - respondeu - Então vai gostar. Fiz cozido. A carne você pode deixar. - Tem batata frita? – perguntou Carolina. - Não. Mas se você quiser eu frito. - Pode deixar Alcionne. Carol come de tudo, você sabe. Nos servimos de refresco de caju colhido no pomar no verão e que Alcionne conservara em potes para usarmos durante todo o ano. Ao final foi servida a sobremesa, doce de leite, e Carolina ficou toda lambuzada e ria disso quando notamos a con