Longevidade

"Ninguém baterá tão forte quanto a vida. Porém, não se trata de quão forte pode bater, se trata de quão forte pode ser atingido e continuar seguindo em frente. É assim que a vitória é conquistada." (Rock Balboa)
 
Um dos conceitos que coloquei no livro, mesmo que passasse despercebido, foi o trato com a saúde e a possibilidade de viver com qualidade até idade bem avançada. Meus avós tiveram essa chance e meu pai ainda está aí para mostrar e provar essa possibilidade.

Com o passar dos anos e melhor controle das doenças crônicas, como diabetes e hipertensão, a temida velhice foi substituída pelo conceito de melhor idade. Realmente, mesmo com as injustiças que a previdência e os impostos submetem os idosos (aposentadoria é ato de coragem), eles conseguiram se reinventar e adquirir uma independência impensável no passado. Viraram os imortais da sabedoria para a alegria dos mais jovens. Sempre falei para o papai que ele podia fazer o que quisesse, pois o prazo de validade vencido (e bem vencido) dava essa prerrogativa.

Aí veio o coronavírus... Primeira providência: tirar a liberdade dos idosos e trancar dentro de casa. Nada de ver os amigos, nada de encontrar os netinhos, nem pensar em sair para caminhar ou pegar sol na praia. Namorar? Idoso namora?

Será que os idosos desejavam essas providências? Alguém perguntou? Isso evitou que contraíssem a doença? Os que morreram, será que foi mesmo só da doença ou seria já o momento que o fim chegaria de uma forma ou de outra?  Qual o direito que os mais jovens possuem de impor restrições aos mais velhos? Não é melhor que eles mesmo resolvam isso? Será que estamos com medo deles contraírem a doença de terceiros e nos contaminarem também? Ou será que temos medo de que ele nos deixem com saudades porque seguiram em frente?
 
Seguir em frente? Com a palavra os  longevos insistentes, de mais de 90 anos, que vão para a UTI e saem vivos. Seriam "Highlanders"? ou "Rocks Balboas"?

Vou aproveitar o assunto "saúde" e citar o que os estudiosos referem como a "Quarta Onda" da pandemia, onde o "carro chefe" seria o transtorno da ansiedade generalizada (TAG). Segundo o manual de classificação de doenças mentais (DSM.IV), " TAG é um distúrbio caracterizado pela “preocupação excessiva ou expectativa apreensiva”, persistente e de difícil controle, que perdura por seis meses no mínimo e vem acompanhado por três ou mais dos seguintes sintomas: inquietação, fadiga, irritabilidade, dificuldade de concentração, tensão muscular e perturbação do sono. Medos de que o paciente ou um de seus próximos irá brevemente ficar doente ou sofrer um acidente são frequentemente expressos."

Pensem nisso... Saúde é um conjunto de fatores (não só a ausência de doenças), onde a vida é importante mas a qualidade dela e a dignidade humana devem ser preservadas a todo custo.


Eu sou doc

Comentários