A Nova Mãe

"O destino do planeta poderia se transformar se as mães do mundo todo assumissem o verdadeiro papel político e social que lhes cabe." (José Ângelo Gaiarsa)
 
Um dos desejos descritos no meu livro (e acredito que seja o de muitas pessoas também) está relacionado à educação infantil: as crianças seriam melhor formadas e, nesse ponto, a participação das mães (e também dos pais) é fundamental. O texto de hoje traz uma provocação à reflexão.

Nos últimos vinte anos (ou mais), o que observei foi o aumento do número de crianças totalmente sem controle, sem limites, que fazem o que bem entendem, que não respeitam pais e professores, e um sem número de outros problemas com consequências totalmente imprevisíveis.

Com a criação do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) houve uma interpretação errônea quanto à educação infantil e um descaso a alguns direitos conquistados. 
 
Hoje vivemos na pandemia: as crianças estão em casa e as famílias tentando corrigir os erros do passado. Apesar dos efeitos da flexibilização das medidas de controle de transmissão da doença, onde existe nítido aumento de casos (gráficos e tabelas não frequentam as ruas), as aulas presenciais retornarão. Imagino, então, o desespero  dos professores, tentando organizar as turmas dentro das recomendações sanitárias quando isso acontecer (provavelmente bem mais cedo do que a prudência exigiria).
 
Voltando ao ECA, um direito que as crianças ganharam é relacionado à permissão do acompanhamento da mãe e do pai durante internação hospitalar até em UTI (antigamente isso não era permitido como rotina, e desde 1990 é admitido na forma da lei). 
 
Apesar disso, mesmo quando o hospital possui alojamento gratuito para as mães, com alimentação, limpeza e higiene adequados, apoio social e psicológico, essa prerrogativa nem sempre é utilizada. Onde trabalho há essa situação, mas, na primeira chance, a mãe vai pra casa e deixa o bebê somente com os cuidados (excepcionais com certeza) da equipe da UTI. Às vezes passam três, quatro, cinco dias sem aparecer ao menos para uma visita. É uma situação totalmente surreal, principalmente se considerarmos que foi uma conquista vinda do passado recente.

José Angelo Gaiarsa foi uma das referências usadas em "Versão Beta". Separei esse link para uma visão geral do seu livro e recomendo a leitura, pois são ideias muito interessantes.

Vamos em frente!
Eu sou doc

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