Volta às aulas e vacinas

Dois temas interessantes e altamente "pegajosos". 

Quando a pandemia começou, umas das primeiras providências foi suspender as aulas (não sei bem se para proteger as crianças ou para diminuir a aglomeração na porta das escolas na hora de levar e buscar os pequenos - às vezes nem tanto - para o colégio). Com isso descobriu--se que muitos passariam fome, pois existe um número razoável (ou enorme) de crianças que vão ao colégio, principalmente, para sua única refeição do dia - a merenda escolar; também descobriu-se que a tecnologia não atinge uma parte significativa da população discente (e não discente também) o que muito complicou a possibilidade do ensino à distância através de computadores, celulares e outros dispositivos; nesse universo de descobertas concluiu-se o que todos já sabiam: as crianças em casa o tempo todo criam um enorme problema para os pais e responsáveis e, em boa parte, por conta de serem uma população desobediente e mal educada. Com o passar do tempo veio a evasão escolar e quase 20000 alunos foram alijados das suas atividades discentes em Santa Catarina.

Em dado momento da pandemia surgiram as vacinas que começaram a ser usadas no mundo, em larga escala, em dezembro/2020. No Brasil demorou mais um pouco porque ainda não havia liberação da Anvisa e por conta de outros trâmites político burocráticos. Isso só aconteceu no final de janeiro de 2021, onde já estava definido o início das aulas presenciais, em esquema híbrido ou não, para fevereiro.O único detalhe é que as crianças não estavam nem na ideia da vacinação. Os especialistas falaram que as crianças não transmitiam tanto e nem apresentavam sintomas graves, o que tornaria o retorno às aulas algo seguro.

Classicamente, uma epidemia finaliza com a contaminação das crianças pois isso é secundário a um número absurdo de adultos contaminados que acabam levando o vírus para dentro de casa. Uma criança doente é facilmente identificada e dificilmente não seria isolada pelos próprios pais ou pela própria escola, que não aceitaria sua presença. Dessa forma, a discussão é quase inócua. Sempre acreditei que as crianças estariam mais seguras na escola mesmo, só que identificaram várias outras dificuldades como estrutura física pífia, sem água encanada, banheiros em precárias condições e outros aspectos de engenharia/arquitetura totalmente inadequados. Criaram várias cartilhas e regras, mas aqui não é o Japão e a coisa dificilmente daria muito certo, tanto que a primeira experiência em Manaus mostrou insucesso quando 342  professores (quase um terço dos testados) testaram positivo para Covid 19 logo na segunda semana de retomada das aulas. Isso tudo aconteceu em setembro/2020 quando alguém achou que a epidemia já não era tão terrível assim.

Voltarei ao tema mais adiante porque isso é história para outro dia.


Eu sou doc


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