Feriadão

Apesar de estarmos perto do Natal, o tema de hoje fala (tema fala?) sobre o desespero nacional com mais um feriado que foi a Páscoa. Se compararmos com a problemática atual (Natal e Réveillon), a situação até é bem semelhante pois várias cidades estão cancelando os festejos habituais.

No caso mais antigo, os prefeitos das cidades maiores tentaram, a todo custo, cuidar para que não houvesse aglomeração em lugar algum fechando praias e comércios, e anteciparam outros feriados tipo Tiradentes, São Jorge e tudo que foi possível. A ideia era um "lockdown" sem esse nome que aterrorizava os comerciantes. 

O que os gestores esqueceram é que o feriadão facilitou o deslocamento das famílias que pretendiam passar a Páscoa com os seus. Para complicar mais ainda, um juiz do Supremo liberou o funcionamento dos templos religiosos (tá certo que ele limitou a 25% da capacidade, mas como é que se faz isso na prática?).

Em Santa Catarina, assim como todo Brasil, as vagas de UTI eram inexistentes e as mortes no país seguiam uma proporção fixa de aproximadamente 2,5% dos casos. Com isso o cálculo evolutivo mostrava a possibilidade de morrerem mais de seis milhões de pessoas caso a vacinação não fosse efetiva (felizmente já sabemos que ela é efetiva). 

Como disse antes, a população já considerava a pandemia como "risco fisiológico" independente da falta de leitos de UTI e os demais problemas de saúde pública. Falaram muito em negacionismo, mas a realidade é que ninguém aguentava mais a situação já há muito tempo.

Continuando a confusão, algumas cidades conseguiram "zerar" a fila das pessoas aguardando leito de internação. Que bom! Mas aí o que fizeram? Desativaram leitos ao invés de liberar as vagas para outras cidades. Sim, isso aconteceu! Pelo visto, com a redução atual dos casos, vai acontecer de novo. Será que essa turma não aprendeu com os erros do passado?


Eu sou doc

Comentários