Mais circo do que pão

Vacinar a população sempre foi um problema e as hoje chamadas "fake news" só receberam nova roupagem porque já eram presentes no início do século passado, quando Oswaldo Cruz resolveu aplicar a antivariólica "na marra", gerando o episódio conhecido como "A Revolta da Vacina". A partir daí muitas tentativas foram feitas, sem sucesso, para que a vacinação se tornasse regra no país. 

A partir do advento do Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei nº 8069 de 13 de julho de 1990), particularmente no seu artigo 14 que obriga a vacinação das crianças dividindo seu cumprimento entre as autoridades e os responsáveis pelos pequenos, é que a coisa andou. O "Zé Gotinha", que já existia como símbolo da vacinação contra a poliomielite, ganhou força e o Programa Nacional de Imunizações finalmente cumpriu sua função.

Nos tempos atuais, a ANVISA não teve jeito e aprovou o uso emergencial das vacinas, meio que disponíveis no Brasil, para o combate à Covid 19. Novamente o Zé Gotinha foi mobilizado, mas o circo ficou por conta dos governadores e outros políticos que fizeram várias cerimônias para o lançamento do programa.

Enquanto isso, Manaus agonizava com pacientes sendo transferidos para outros estados (e eu já reclamei de transferências de uns 200 km... imagina de Manaus até São Paulo, por exemplo) por falta do insumo mais básico que é o oxigênio, único tratamento para as complicações da doença.

E o pão? Rio das Flores recebeu, na primeira etapa, 170 doses: 78 foram usadas nos profissionais de saúde e 6 nos idosos. O restante foi reservado para a segunda dose. Ué? Só isso? E o papai, quando receberia a vacina redentora? Essas perguntas só foram respondidas na semana seguinte e, por aqui, o leitor também saberá semana que vem.


Eu sou doc

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