Histórias da Pandemia - parte 2

♪ A dor vai curar essas lástimas
O soro tem gosto de lágrimas
As flores têm cheiro de morte
A dor vai fechar esses cortes ♫

Fiz uma pausa na semana passada e falei de mais um tema do Coisas do Narrador, para amenizar os relatos da pandemia.

O Dia das Bruxas lembrou que há um ano eu mudei para Palhoça, onde já estava minha esposa, e hoje falarei sobre o retorno ao Planalto Norte.

Resolvemos voltar logo no início de janeiro. O calor tornara-se insuportável e não havia mais o que fazer por lá. A pandemia estava fora de controle em todo o Brasil, principalmente em Manaus, e adiantamos nosso retorno, tomando muitas precauções pois na nossa região o atendimento médico também era precário. 

Com essa decisão levamos muita sorte: voltamos mais cedo de Palhoça e não encaramos um problema que surgiu no estado que foram as chuvas, com inundações na região onde estávamos.

Se a ida já deu trabalho, a volta foi muito mais complexa. Mesmo deixando muita coisa para trás (o que já era previsto), ainda faltaram uns três itens que poderiam ter utilidade.

A viagem de carro correu muito melhor do que o esperado e fiz na metade do tempo da ida. Foi melancólico parar no Restaurante Sinuelo e, ao invés da animação tradicional dos grupos de excursão que iriam ao Beto Carrero, encontramos um silêncio atípico com poucas pessoas aproveitando o buffet que também estava reduzido.

Na serra havia um alento: muitas flores e lembrei da música dos Titãs que ilustra o texto.

Chegando em casa foram uns três dias de limpeza e arrumação até conseguir chegar a normalidade (ou perto disso). Agora era esperar fevereiro e acreditar que a vacinação seria liberada antes que eu voltasse a trabalhar, mas falarei disso no próximo texto.


 

Eu sou doc

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